sexta-feira, 26 de setembro de 2008

A turma simula uma sala de redação

Laboratório de Jornalismo da Famecos/PUCRS
Após saber como funciona um jornal impresso diário. Estava na hora dos acadêmicos de comunicação social com habilitação em jornalismo encarar um desafio, e testar as suas habilidades na hora de escrever o texto.
Produzir a infomação não é para qualquer um. Muitos caem no primeiro obstáculo e acabam por se tornar dependendtes de muita ajuda, não desenvolvem suas habilidades e não atigem seu objetivo, que é conseguir caminhar com suas próprias pernas. Outros, por sua vez, superam os empecilhos. Dominam a técnica para escrever a matéria, averiguar os fatos, construir a informação propriamente dita.

A hora da simulação
Foi no dia 18 de setembro que os mestres Chelkanoff e Pellanda testaram seus dicípulos. A idéia era construir o jornal do Laboratório de Jornalismo. A turma fora dividida em grupos ou editorias. As seções foram feitas da seguinte maneira: opinião, geral, esportes, polícia, política, economia, cultura e internacional/mundo.
Fiquei na editoria de geral, e a minha pauta foi sobre saúde. Precisava informar as pessoas sobre uma anomalia toráxica chamada Pectus excavatum, mais conhecido entre os leigos como peito escavado, peito de funil e peito de sapateiro.
Minha parceira ficou na parte de política. A pauta dela era sobre como são construídas as leis no Brasil. Dar um enfoque a mais sobre o sistema legislativo brasileiro.
A pressão para terminar a pauta, entrevistar as fontes, conseguir imagens, averiguar os fatos, organizar as informações, escrevê-la no computador, diagramá-la, não é um trabalho para qualquer um. O fato foi simples, simular a sala de redação de um jornal impresso. Houve muita tensão no ar. Mas no final, todas as matérias sairam. Não aconteceu nenhuma confusão. Alguns demoraram para "baixar" seus textos. Comum em salas de redação reais.
Enfim, o jornal estará ponto no final do mês e logo chegará as estantes da Famecos/PUCRS.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

OS JORNAIS EM XEQUE

Na segunda quinta-feira de setembro, os cientistas Prof. Dr Eduardo C. Pellanda e prof. Fábian C. Thier proporam uma conversa com seus alunos, sobre o futuro dos jornais impressos diante da internet. Para temperar a pauta e auxiliar a discução foi lida a obra do jornalista e blogueiro Ricardo Noblat.
Segundo ele o modelo de jornal está em xeque "porque o medo de mudar é maior do que o medo de conservar algo que se desmancha no ar". Noblat também trás em seu livro algumas propostas para que o conteúdo seja a principal variável de venda dos jornais.
Para ele, os jornais precisam renovar sua pauta a fim de surpreender o leitor com assuntos inusitados. O jornalista também defende uma abordagem mais humana e uma maior interação, que valorize a opinião de seus leitores.
Em busca de uma maior qualidade os jornais deveriam apostar em reportagens, dar maior tempo aos repórteres, resistir ao superficialismo e investir pesado na qualificação de seus profissionai.

Sobretudo, Noblat reforça a idéia de que os jornais devem apostar em qualidade e conteúdo para firmarem um diferencial sobre as demais mídias.


Sobre Ricardo Noblat:
Ricardo Noblat é formado em jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco. Foi editor-chefe do Correio Braziliense e da sucursal do Jornal do Brasil, em Brasilia. Atuou na revista Manchete, chefiou a sucursal da Veja, em Salvador. Trabalhou na revista IstoÉ, e foi diretor de redação do jornal Correio Braziliense. Em 2004, criou o Blog do Noblat, o qual está vínculado ao site do Jornal O Globo.




quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Um papo sobre o livro do Noblat

Depois de encarar uma rotina completa sobre um jornal impresso. A última aula abordou um capítulo do livro "A arte de fazer um jornal diário" (editora Contexto; 2002, preço R$24,90), um livro escrito por Ricardo Noblat. O capítulo comentado em sala de aula foi: "Assim é se lhe parece".
O livro é uma boa indicação para acadêmicos iniciantes na comunicação social, mais precisamente, no jornalismo. A obra de Noblat trás a experiência vivida por ele nas salas de redação dos jornais impressos ao qual trabalhou. Com muita simplicidade, objetivo e um certo tom de humor, o autor também mostra alguns métodos que os futuros jornalistas ou "focas" devem fazer ou evitar. Como construir uma pauta, fazer uma entrevista, saber perguntar, escrever a matéria, são algumas das técnicas apresentadas pelo escritor.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Como funciona um jornal diário?

Quando recebemos o jornal pronto nas nossas mãos, não sabemos como foi o processo pelo qual ele passou até chegar ali. A final de contas, como funciona o mundo do jornalismo periódico? Ricardo Noblat diria que isso requer uma técnica não tão conhecida, mas que no final, significa praticar uma arte.
O jornal impresso opera nas 24 horas do dia, todos os dias da semana, todo os meses, o ano inteiro. É uma máquina que busca incessantemente a informação e qualidade do seu produto, a notícia.
Os jornais de médio e grande porte seguem mais ou menos esse modelo de horário:
7h - chegam os primeiros repórteres e editores, alguns já saem para a ruas em busca da informação. No dia anterior ou na madrugada os pauteiros já deixaram prontas sugestões de pauta.
8h - os cadernos começam a ser definidos.
9h - o chefe de redação, editores e subeditores fazem a primeira reunião de pauta. São apresentadas as primeiras matérias.
10h - as matérias começam a ser desenhadas nas páginas.
11h - enquanto o jornal é feito na redação, os repórteres estão todos na rua
12h - os editores estão verificam as primeiras matérias prontas.
13h - a redação está cheia. Os primeiros "adiantos" são rodados. Preparam a reunião geral de pauta, nela apostam as matérias mais importantes.
14h - o diretor de redação e editores definem suas notícias. Nessa hora o jornal é estruturado. O jornal do dia seguinte terá um corpo.
15h - final da reunião. Os editores voltam para suas equipes e apresentam o jornal.
16h - o departamento comercial constroi o espelho (síntese de como será o jornal).
17h - todos os repórteres voltam para redação. Os cadernos chegam a circulação.
18h - o jornal começa a ser montado. São escolhidas as fotos/imagens/gráficos e as matérias são enviadas. O centro de tratamento de imagens (CTI) verifica as fotos, que depois serão mandadas aos diagramadores. O departamento de circulação define a distribuição.
19h - algumas notícias podem "cair" ou "aparecer". Os textos são lidos e editados. As primeiras páginas são "baixadas" para a fotolito.
20h - existe um fluxo, cada página tem sua hora para "baixar". A notícia não pode atrasar, senão "calhau", um anúncio da empresa entra no lugar do texto.
21h - a capa é a última a ser baixada.
22h - acaba o expediente dos jornalista e a maioria vai embora. A pré-impressão trabalha na prensa.
23h - o jornal está pronto. A redação começa a se atualizar.
24h - os caminhões transportam o produto final para a distribuição.
1h - a redação trabalha para fechar a segunda ou terceira edição.
2h - os plantonistas constroem as pautas para o novo jornal.
3h - a redação está tranqüila e pode receber de informações para futuras pautas.
4h - idem anterior.
5h - o jornal chegas às bancas e postos de venda.
6h - os assinantes recebem o produto.
7h - chegam os primeiros repórteres...
Prensa moderna, além de barulhenta e cara, ela é indispensável para o sucesso do jornal.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Silêncio e interatividade

Seria negligenciar a mente humana, pensar em comunicação sem pensar em silêncio.

Antes mesmo do advento da escrita e da linguagem oral, o ser humano já definia símbolos, já identificava e dialogava com ele mesmo.

Fazia isso de forma muito simples, observava e tirava suas conclusões.

Com o passar dos anos, a capacidade humana foi muito além disso, buscou o outro. No princípio, de forma básica e com fins práticos a sobrevivência. O aperfeiçoamento das relações pessoais tornou-se inevitável, o homo sapiens não se adapta a solidão. Logo, a simples relação pessoal, não foi suficiente. O ser complexo gerou sociedades, trabalhos, economias e políticas também complexas. O conhecimento cientifico, a religiosidade e a tecnologia desenvolveram-se em um processo evolutivo . A comunicação acompanhou esse processo, ampliou-se simultaneamente.

Criou o papiro, o fonógrafo, o rádio e a TV. Inovou em técnicas, passando do hieróglifo a o alfabeto, do analógico ao digital, do emissor/receptor ao interativo.

E hoje, sentado em frente ao computador, ele não apenas escolhe o que quer ver e ouvir. A pluralidade de alternativas e veículos de comunicação intensificou as possibilidades, e deu ambiente a sensibilidade humana, para distingüir o tipo de informação que deseja consumir.

Porém, isso tudo não é suficiente para conformar um individuo tão inventivo, agora ele quer efetivar sua liberdade de expressão e viabilizar o dialogo democrático nos meios de comunicação

A TV digital e a internet são exemplos claros. Por meio delas, a comunicação social e principalmente o jornalismo tomam um novo rumo. Ou melhor, diversos rumos, por que não se pode falar em singularidade quando a pauta se refere a essas duas mídias. São múltiplas as informações, que devido a esse contexto não são mais selecionadas pelo jornalista, mas sim pelo público.

Embora, essa livre alternativa de dados possibilite a discussão e aumente a repercussão das informações, não há como calar questionamentos. O excesso e a velocidade em que são transmitidas fazem as idéias passarem superficialmente pelos sentidos, sem serem refletidos e aprofundados. Assim, se um internauta não recorre ao próprio silêncio, não descobre o véu que envolve as imagens que vê, não constrói posicionamento, nem desconstrói conceitos. O silêncio, ainda, é um fator indispensável na comunicação humana.