terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Livro: "A arte de escrever"

Arthur Schopenhauer, filósofo, nascido em 1788 na Prússia, atual Polônia, viveu até 1860. Diplomou-se na Alemanha, era contemporâneo de Hegel com quem tinha acirrada rivalidade. Influenciou Freud, Nietzsche e Bergson.
Apesar de não ser um título real de Schopenhauer, "A arte de escrever" é uma coletânea de cinco partes de escritos do filósofo alemão. Foram retirados do livro "Parerga und Paralipomena", de 1851, e organizados por Pedro Süssekind.
Este livro é um apanhado sobre o assunto da escrita e a leitura. Ele apresenta certos momentos sisudos, em outros debochado e irônico, mostra o que de fato é escrever bem. Fugir do palavreado e do floreio da linguagem. Ser conciso. Enfim, não querer ostentar aquilo que não se tem nem tampouco se é. Dedicar mais tempo à atividade de pensar, analisar, projetar e constriur as idéias antes de lançá-las de forma aleatória no papel.

1. Sobre a erudição e os eruditos (Über Gelehrsamkeit und Gelehrte). O autor critica duramente os falsos eruditos ao afirmar que: "quem lê muito pensa pouco". Ele classifica como escritores distintos os que vivem da literatura e os que vivem para ela.
2. Pensar por si mesmo (Selfstdenken). Organizar os pensamentos é uma tarefa fundamental. Pensar com profundidade só é possível sobre um assunto conhecido, e conhecer uma assunto somente ocorre ao pensar sobre ele.
3. Sobre a escrita e o estilo (Über Schriftstellerei und Stil). Existem escritores bons e ruins e livros também. O escritor é ruim quando escreve por dinheiro. Os livros mais recentes não são os melhores e "o público é tão simplório que prefere ler o novo a ler o que é bom" (pg. 70). Como a maioria dos livros é ruim, deve-se preterir os ruins aos bons. Schopenhauer critica os escritores e críticos anônimos comparando-os a assaltantes mascarados. O estilo revela muito sobre o autor da obra. Se o autor usa mais palavras do que realmente precisa, será confuso e/ou obscuro, e tentará parecer saber mais do que realmente sabe. O autor enumera vários vícios que desmascaram uma escrita ruim.
4. Sobre a leitura e os livros (Über Lesen und Bücher). "Quando lemos, outra pessoa pensa por nós: apenas repetimos seu processo mental" (pg. 127). A maioria dos livros é escrita somente para vender e, por isso, é importante assim como escolher o que ler, escolher o que não ler, pois a vida é curta e tempo e energia são limitados.
5. Sobre a linguagem e as palavras (Über Sprache und Worte). Declara que as interjeções foram as primeiras palavras a existirem. E cita Voltaire quando diz que o adjetivo é inimigo do substantivo. Todo idioma atinge um ápice em que não se aperfeiçoa mais, mas piora ficando mais simples. Quem aprende mais de uma lingua, aprende além de palavras novas, conceitos novos. Expande a sua maneira de pensar. Por isso as traduções são imperfeitas, pois existem palavras em um conceito impossível de traduzir para outra língua. Schopenhauer estimula o estudo de "línguas puras", como: o grego, o latim e o alemão.

SCHOPENHAUER, Arthur. "A arte de escrever". Ed. 2. L&PM Editores. Porto Alegre, 2007. Coleção L&PM Pocket nº 479, 169 pg.

Inter empata na estréia do Gauchão

D'Alessandro, um dos destaques da partida. Foto Alexandre Lops

Em sua partida de estréia no ano do centenário e no camponato gaúcho, o Inter não sai de um zero a zero contra o Santa Cruz no estádio Beira-Rio. Não foi o início que os torcedores colorados esperavam do time ao jogar em seus domínios. Nilmar e D'Alessandro foram os destaques para o lado vermelho. A equipe do interior pressionava com Roberto Jacaré e Eraldo. Mas o homem do jogo foi Cássio, goleiro do Santa Cruz, que, além de boas defesas, usou de sua experiência para cadenciar o jogo.
O Internacional fica em segundo colocado na tabela de classificação na primeira rodada, atrás somente do Juventude, que ganhou por um a zero do Sapucaiense no Alfredo Jaconi. O próximo confronto do Inter será contra o São José, domingo dia 25, no estádio Passo D'Areia em Porto Alegre.
Internacional: Lauro; Bolívar (Rosinei), Danny Morais, Álvaro e Marcão (Marcelo Cordeiro); Paulinho (Taison), Magrão, Guiñazu e D´Alessandro; Nilmar e Alex. Técnico: Tite.

Santa Cruz: Cássio; Simônio, Vinícius e Gláuber; Tiago Mattos, William, Sananduva, Cléber Oliveira (Rafael), Roberto Jacaré (Didé) e Emanuel (Polaco); Eraldo. Técnico: Agenor Piccinin.