segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Silêncio e interatividade

Seria negligenciar a mente humana, pensar em comunicação sem pensar em silêncio.

Antes mesmo do advento da escrita e da linguagem oral, o ser humano já definia símbolos, já identificava e dialogava com ele mesmo.

Fazia isso de forma muito simples, observava e tirava suas conclusões.

Com o passar dos anos, a capacidade humana foi muito além disso, buscou o outro. No princípio, de forma básica e com fins práticos a sobrevivência. O aperfeiçoamento das relações pessoais tornou-se inevitável, o homo sapiens não se adapta a solidão. Logo, a simples relação pessoal, não foi suficiente. O ser complexo gerou sociedades, trabalhos, economias e políticas também complexas. O conhecimento cientifico, a religiosidade e a tecnologia desenvolveram-se em um processo evolutivo . A comunicação acompanhou esse processo, ampliou-se simultaneamente.

Criou o papiro, o fonógrafo, o rádio e a TV. Inovou em técnicas, passando do hieróglifo a o alfabeto, do analógico ao digital, do emissor/receptor ao interativo.

E hoje, sentado em frente ao computador, ele não apenas escolhe o que quer ver e ouvir. A pluralidade de alternativas e veículos de comunicação intensificou as possibilidades, e deu ambiente a sensibilidade humana, para distingüir o tipo de informação que deseja consumir.

Porém, isso tudo não é suficiente para conformar um individuo tão inventivo, agora ele quer efetivar sua liberdade de expressão e viabilizar o dialogo democrático nos meios de comunicação

A TV digital e a internet são exemplos claros. Por meio delas, a comunicação social e principalmente o jornalismo tomam um novo rumo. Ou melhor, diversos rumos, por que não se pode falar em singularidade quando a pauta se refere a essas duas mídias. São múltiplas as informações, que devido a esse contexto não são mais selecionadas pelo jornalista, mas sim pelo público.

Embora, essa livre alternativa de dados possibilite a discussão e aumente a repercussão das informações, não há como calar questionamentos. O excesso e a velocidade em que são transmitidas fazem as idéias passarem superficialmente pelos sentidos, sem serem refletidos e aprofundados. Assim, se um internauta não recorre ao próprio silêncio, não descobre o véu que envolve as imagens que vê, não constrói posicionamento, nem desconstrói conceitos. O silêncio, ainda, é um fator indispensável na comunicação humana.

3 comentários:

Infinit disse...

da-lhe jéssica!!!

Unknown disse...

Fico um tanto admirada em ler certas coisas que a Jéssimica escreveu,me parece tao...desconexo com ela.Mas enfim,a pedidos,eu li!
Ta irado ;D

Paulo Ricardo C. Cardoso disse...

O silêncio...
Você ousou dizer sobre o perturbado silêncio condicional.
Ele que por vezes esperneia, grita, pede espaço e morre sufocado diante a brutalidade das palavras.
É porque quando se fala em silêncio a grande multidão logo pensa na ausência de sons, ruídos ou falas.
Existe um que vai muito além dessa superficialidade silêncio-escandalosa.
Vai muito além do que realmente a mente humana possa imaginar ou supor.
Vai muito além do que apenas dizer: "silêncio". Vai além e, por ir, se torna abstrato e incompreendido.
Mas eu entendo quando você fala sobre alma. Nada melhor do que escutá-la e traduzir em palavras, mesmo que em partes, o que ela nos diz.
A pessoa deve se acostumar a escutar-se com a mesma pluralidade que vê as coisas, os fatos, as razões estanques que nos rodeiam.
Sobre qualquer coisa, o próprio ouvido, a alma, a base. Sob estes? O mundo!