Antes de se tornar o que é atualmente, ela era um grande terreno baldio. Temo espaço de um estádio de futebol. Ali, crianças dos três condomínios residência próximos brincavam e praticavam o futebol. Pela noite alguns marginais se reuniam para usar drogas.
Para urbanizar o bairro, a Prefeitura de Porto Alegre decidiu construir a praça. O projeto contava com um grande jardim, um playground moderno, uma quadra poliesportiva e utensílios para praticar exercícios físicos. A construção durou um ano e meio, e no final jamais foi concluída.
Não houve inauguração, só colocaram uma placa encravada em uma pedra o nome da praça. Depois de um tempo, a placa foi roubada. Desde aquela época o local era conhecido pelos moradores da região como Pico. O nome nasceu de um grupo de adolescentes que iam diariamente à localidade. Pico é uma nomenclatura sugestiva de uma gíria devido ao fato da praça estar na parte superior do bairro Santo Antônio e ter uma vista ampla da parte leste da cidade. Entre os habitantes o nome original foi esquecido, e a gíria dos rapazes adotada.
A praça da rua Engenheiro Fernando Mendes Ribeiro tem um playground com um pequeno escorregador de madeira, um vai-e-vem laranja, duas gangorras de madeira, uma vermelha e outra azul, quatro balanços, dois para bebês e dois para crianças. Antigamente, havia um trepa-trepa, porém, ele foi destruído em razão do vandalismo.
O Pico possui histórias boas e tristes. Ali passou um grande nome do futebol, uma banda nasceu e pessoas morreram. Na quadra de chão batido, Ronaldinho Gaúcho jogou. O atacante do Milan da Itália ainda conquistava sucesso nos juniores do Grêmio. O jogador aparecia na região para visitar um amigo. E na parte de trás desta mesma quadra, nos bancos verdes de madeira, um grupo de jovens se reunia para compor e tocar suas músicas de reggae. Foi ali que surgiu a banda Chimarruts. Eles se juntavam sempre à noite e além de tocar e cantar, os integrantes do grupo musical também fumavam maconha.
Uma das notícias ruins fora a execução de um dos pichadores do bairro. Acredita-se que ele foi assassinado devido a rivalidades entre gangues desda zona de Porto Alegre. Apesar de se tratar de um delinquente, os moradores se chocaram com a brutalidade do ocorrido.
Durante o dia, a pracinha fica vazia, volta e meia alguém passeia com animais de estimação. Pela noite, ela, que é mal iluminada, às vezes vira ponto de encontro para maconheiros. E nos finais de semana é quando tem o maior movimento. As famílias comparecem para apreciar a vista, a paisagem e se descontrair com um livro, tomar um chimarrão ou até mesmo levar os filhos para se exercitar.
A praça sem nome, ou simplesmente Pico, é o ponto de encontro dos moradores do bairro Santo Antônio. Um bairro no coração da capital dos gaúchos, desconhecido pelos porto-alegrenses.
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